domingo, 8 de abril de 2012

De volta!

Agora, embora não esteja totalmente, já me sinto, de fato, recuperada. Isso porque pude fazer a primeira caminhada de 8 kilômetros sem nenhuma dor. E também pude dançar (não ainda na ponta dos pés) bem mais à vontade. E tudo isso sem dores posteriores.

Devo explicar minha ausência... Quando comecei esse blog estava sem poder fazer muita coisa e com um tempo "livre" enorme. Agora que voltei à vida "normal" a única coisa que quero fazer no meu tempo livre é dormir. E até mesmo esqueço que um dia comecei o blog.

Puxa, já faz 4 meses! Sobre pé quebrado, essas foram as coisas que aprendi:

  • demora pra curar: o tempo de consolidação da fratura varia de 40 pra 45 dias. Não pense que daqui a 15 dias você estará caminhando por aí como se nada tivesse acontecido, como o seu médico lhe faz crer...
  • sobre a serrinha elétrica: dá medo, mas não machuca.
  • você ficará temporariamente manco: a fisioterapia ajuda, mas no primeiro mês você ficará manquinho da Silva. Não por dor, mas por falta de costume de andar normalmente. De tênis você manca menos, de havaiana manca mais. Eu manquei até um dia desses. Dos últimos dias de março pra cá que (acho) que estou melhor. Pelo menos ninguém mais pergunta se eu machuquei o pé.
  • contenha-se, não coma!: ou pelo menos não coma muito... Engordei DOIS (!!!) quilos por causa da falta de atividades e da comilança! Até que não comi muito mais do que estava acostumada. Mas quando saudável do pé eu fazia caminhadas (quase que) diárias e de gesso a única atividade que podia fazer era levantamento de garfo. Além disso, depois de tirado o gesso, só algum tempo depois você poderá voltar a fazer atividades físicas, tempo que varia de acordo com o tipo de fratura. 
  • não se isole, mas certifique-se da acessibilidade do local para onde está indo: dá pra ter uma vidinha social até mais ou menos de pé quebrado. Mas a questão da acessibilidade é uma merda! Escadas, meio fios, etc... É melhor saber direitinho se há elevadores no local pra onde você está indo..
Essas foram as coisas práticas que aprendi quando quebrei o pé. Fico ainda devendo os "ensinamentos espirituais" que obtive. É que não consigo ser breve e meu tempo livre tá mesmo meio curto... e junta-se a isso uma preguicinha... Fico devendo!

Não quebrem o pé pessoas! Fica o conselho! :)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um mês de silêncio

Um mês de silêncio em homenagem à retirada da minha botinha. Preferi nem falar nada, só pra não ter que reclamar. Ainda há inchaços e ainda estou caxingando um pouco (a cada dia menos, graças aos deuses) é verdade, mas isso é muito leve frente ao peso do gesso retirado...

Foi muito estranho andar "direito" depois de 48 (!!!) dias. Para dar o primeiro passo tive que respirar fundo e fingir que não era eu. Pra minha surpresa, nem o primeiro passo e nem os seguintes não doeram. Quer dizer, não sei bem. O pé estava meio dormente do aperto do gesso, então sentia uma coisa, que acho que não era dor.

Como disse, ainda estou caxingando, a cada semana bem menos do que na outra, e menos ou mais de acordo com o tipo de sapato. Os inchaços continuam, andando eu muito ou não. Mas dor, dor mesmo, não sinto mais. Um pontadinha ou outra de vez em quando, mas nada demais. E não é muito confortável ficar de pé por muito tempo também.

Apesar de tudo, só fiquei de fato chateada com uma coisa. Minha perna! A parte inferior da perna, do joelho pra baixo, também estava inchada. Isso ocorreu porque o gesso estava apertado e minha perna também acabou retendo líquido. Dizendo eu, foi isso. Mas hoje nem dá mais pra perceber, embora ainda esteja um pouquinho inchada. Já até voltei a usar vestido!

Nos ossos fraturados já formaram os esperados calos ósseos! Falarei da fisioterapia que ainda não comecei a fazer nos próximos capítulos.

De toda a experiência, muita aprendizagem. Me resta muito pouco da falsa sensação de auto-suficiência. Aliás, esse assunto merece uma postagem só para ele (em breve!).

No geral estou bem, a vida voltou ao ritmo normal.

Tudo passa... até essa dor. Passerà, prima o poi...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Rio de Janeiro continua lindo... E eu continuo de gesso.

Um pouco mais de uma semana no Rio. Desde então, aqui, se muito, chove só à noite. Já vim pra cá muitas vezes, mas essa é primeira vez que venho e, por uma semana consecutiva, não tem nenhuma chuva pela manhã, ou pela tarde. Todos os cariocas e os turistas daqui estão me mandando diversos e-mails de agradecimento, por eu ter quebrado o meu pé, deixando o clima, assim, sem ter que conspirar contra mim. De nada, pessoal, de nada.

Bom, a vinda de Brasília pra cá foi tranquila. Com alguns contratempos... Solicitei uma cadeira de rodas pela TAM, o que dá para fazer pela internet. Mas não tinha conseguido marcar uma poltrona no avião, e o inteligentíssimo funcionário que fez o meu check-in me colocou na fileira 23 e despachou minhas muletas. Por mim tudo bem, estava de cadeira de rodas mesmo. Mas não dava pra passar de cadeira de rodas pela finura do corredor do avião.... Antes que eu visse isso e fosse pulando de saci pererê pacientemente até a fileira 23, as aeromoças me disseram pra sentar em uma cadeira preferencial, bem na frente. Ufa! 

Ah... e também fui temporariamente abandonada... Viajei sozinha. Ia embarcar no portão 11, pra onde outro funcionário da TAM me levou e disse para eu esperar que, assim que a entrada para o avião fosse liberada, ele voltaria. Umhum. Ouvi aquela voz que vem de cima dizendo que o portão para embarque tinha mudado para o 8 (do outro lado do aeroporto) e pensei: 'tudo bem, alguém vem me pegar'... Todo mundo levantou e foi pro portão 8 e fiquei praticamente só, já que não havia outros embarques por ali. Aproveitei para tentar algumas manobras com a cadeira de rodas, mas parei assim que quase derrubei uma lixeirinha com meu gesso. O voo estava marcado para 13:18, olhei no relógio e já eram 13:08, pensei: 'tudo bem, o voo está atrasado, alguém vem me pegar'. Nenhum funcionário da TAM à vista. As poucas pessoas que passavam, se olhavam pra mim, e eu olhava para elas para pedir ajuda, achavam que eu olhava de volta para perguntar porque que estavam olhando. Mas aí, eu pensei: 'tudo bem, alguém vem me pegar'. Já estava pensando no lado positivo da possibilidade de ser abandonada, poderia ganhar uma indenização! $$$ Mas só porque já estava ficando feliz, chega outro funcionário da TAM e me pergunta: 'É vc que está de cadeira de rodas e vai pro Rio de Janeiro?'. Olhei em volta pra ver se havia mais alguém de cadeira de rodas por ali (vai que tinha outro abandonado) e, vendo que não, respondi que sim. Felizmente, o voo realmente estava atrasado e, apesar do abandono, eles não tinham esquecido de mim.

Chegando no Rio, tudo certinho, levaram a mim e a minha bagagem até o táxi. Minha irmã, que é uma fofa, me instalou direitinho e com conforto. 

Na quarta eu já podia pisar com o gesso, mas foi uma dificuldade. Não porque doesse, mas que eu tinha medo de que fosse doer e, principalmente, porque estava desacostumada a andar. No início fui com o auxílio das muletas. Até porque não estava querendo arriscar cair e me machucar mais. Foi uma coisa estranha. Não eram passos, mas pulos. Lamentei por não estar em casa pra ver meu gatos se assustarem com a cena.   Estava precisando andar com os braços pra frente, que nem zumbi, pra me equilibrar.

Na quarta, dia 11, fui para o show da Thaís Gulin, na loja Farm, em Ipanema. Como era em uma loja, todos ficavam em pé. A não ser quem sentasse na escada. E que escada... Ainda bem que eu não queria comprar nada e dava pra assistir o show lá de cima e, também, uma moça me ofereceu uma cadeira em que ela estava sentada (ô glória!). O show foi de graça, tinha cerveja de graça, água de graça, um negócio de comer que não vi o que era de graça, picolé de graça... Só não tinha elevador. Aliás, tinha, mas sem funcionar (pode?). Nem pude descer e pegar meu autógrafo no gesso... No mais, o show foi uma gracinha. Aliás, ela, a Gulinha, é uma gracinha. Mais magrinha do que parece nos vídeos, mas linda. E o mais importante, tem uma voz surpreendentemente bela e só canta boas músicas. Ouve essa: http://www.youtube.com/watch?v=geXzqxPdCcg&feature=related

No sábado fui até pra praia! Pra praia não exatamente (não fosse a areia!), mas pra orla, pra uma roda de samba no quiosque do CCBB em Copacabana. Pra ver como eu já estou bem, até sambei, de gesso e tudo!

No domingo, o dia tão esperado, Chico Buarque! Com muitos brilhos me vesti, me pintei, cantei, chorei, até ficar com dó de mim...



Ahhhhh! Ele existe mesmo! E é lindo!!!!!!!!!!!!!!!! O show foi emocionante! E o Chico tá soltinho soltinho. Foi no Vivo Rio, acessibilidade ok. Não consegui meu autógrafo no gesso, de novo, mas valeu muito. Estonteante! Olha só:


Ai... dói só de lembrar do show.

Enfim, voltando ao meu pé, está mesmo melhor. Ontem consegui até andar da Rua Voluntários da Pátria até a Rua São Clemente e vice-versa, usando as muletas só para subir meio-fio. É um trajeto aparentemente pequeno, mas suei e muito. Ainda sinto um incômodo, mais em relação ao gesso do que ao pé. Na quarta devo estar livre desse peso, mas, pelo que li por aí, é normal ainda sentir dores e inchaços por um tempo e, também, devo fazer algum tratamento de fisioterapia.

Torçam por mim!


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Uma nova bota branca!

Hoje voltei ao hospital. Boa notícia: agora poderei colocar o pé no chão e andar, depois de 72 horas, quando minha nova bota secar, é claro. Troquei a bota gessada por outra linda bota branca, só que dessa vez com um lindo saltinho Anabela. Tô me sentido uma paquita! Ou a própria Joelma!

Paquitas (esquerda) e Joelma (direita) com suas lindas botinhas estilosas

Dessa vez nem estou mais ansiosa pela retirada da nova bota, que será daqui a quinze dias, porque o gesso é cortado com uma serra elétrica! Tá ok, não é uma serra tão grande, mas o medo e a agonia que ela dá são imensos! Além da tremedeira, aquela sensação de ter ido ao hospital para resolver um problema e poder sair de lá com outro pior, ou pelo menos mais sangrento.

Serra elétrica usada para cortar o gesso


Como parece a enfermeira com sua serrinha aos olhos do paciente gessado (Cena do filme "O massacre da serra elétrica")

Medos à parte, foi estranho ver a minha perna e poder mexer o calcanhar. O meu pé, então, tá meio dormente, sei lá. Parece que aquela história de síndrome do pé bobo procede. Agora que vou poder me arrastar, talvez melhore, mas acho que vou mesmo precisar de fisioterapia depois.

Estou contente! Dentro de mais umas horas estaremos no Galeão, depois de amanhã tem show da fofa da Thaís Gulin e sábado show do seu digníssimo namorado, Seu Chico Buarque. Com essa programação, não há pé desajeitado que me desanime! Quem sabe não consiga até os autógrafos deles no meu gesso!

Falando em gesso autografado, o que não rola no meu, a não ser que fosse pelo Chico Buarque (ou seja, não rola mesmo), olha que legal esse gesso desenhado:



Acho que vou fazer igual!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Mamãe: um anjo!


Mãe!Mamãe! Mainhá! Manhê! Tadinha! Tenho que agradecer todo dia a minha mãe, que atende a todos os meus milhares de pedidos e sorrindo. Tá certo que de vez em quando eu a vejo tendo uns ataques nervosos, hehehehe, mas estão até dentro do padrão pra quem está mil vezes mais atribulada do que o normal.
Estar de pé quebrado significa estar limitado. Não dá pra carregar nem seu copo de água e não dá pra andar muito, porque o joelho e a outra perna ficam sobrecarregados. 
Estou aqui só engordando... mainha isso, mainha aquilo... Provavelmente com 1 kg ou  mais de gordice (logo eu, que já tava no limite do IMC!) e parecendo um fantasma de tão branca, vou precisar de muitas caminhadas ao sol depois que as dores terminarem. Por enquanto tenho que me conter, o que nem é difícil, já que não sinto muita fome por quase não gastar energia.
Voltando à mamãe, obrigada fofura!

Três semanas e uma decepção - 29/12/11

Três semanas depois e volto para o hospital. Um novo raio-x e vejo que nada mudou. O segundo metatarso (esse é o nome dos ossos que quebrei), parece até que colou, mas ele não tinha quebrado mesmo por completo. Já os outros dois ossos me pareceram até mais inclinados do que antes, o que não tenho muita certeza, já que o ângulo desse raio-x foi um pouco diferente do primeiro.

Novamente, a falta de informações por parte dos médicos. O primeiro não me falou que a recuperação era lenta, o que me fez ficar completamente decepcionada  e triste com esse resultado. Também  não me falou nada sobre esses ossos inclinados. De fato, olhando de frente (1º raio-x, visão frontal) os ossos estão alinhados, mas olhando de lado dá pra ver que o quarto metatarso tá assim meio fora de órbita. Ele volta naturalmente? Não é preciso nenhuma intervenção? Vou precisar fazer fisioterapia depois? E o tempo de recuperação? Uma semana ou dez? Eu, é claro, não sei e o segundo médico que me atendeu só diz que não sabe dizer ao certo. Pode? Pior que desde esse dia, até ontem, meu pé ficou inchado. Acho que ele ficou meio neurótico com o resultado, não sei. Mas coincidência ou não, ele veio inchando a ponto de ficar apertado no gesso. Hoje amanheceu melhor. Ô glória!
Depois dessa, apelei pro Dr. Google. Jesus! De yahoo respostas a sites de medicina, várias coisas sobre quebra de pé. Pessoas que se recuperaram em um mês e pessoas que se recuperaram em seis. Nenhum caso muito parecido com o meu para comparar. Em um site, li que o inchaço depois de algum tempo é normal, pois significa que os ossos estão calcificando e, nisso, são formados uns calos (!!!!). Em outro vi pessoas dizendo que se machucaram há anos e ainda sentem dor quando caminham muito. Outros falando que fizeram meses de fisioterapia. Síndrome do pé bobo, calos de cálcio, muletas, cirugias....... ahhhhhhhhhhhhhhh. Já tava ficando doida, neurótica!
Então, já me acalmei e agora estou apelando para o pensamento positivo, brócolis e leite. Aceito rezas, orações e estimas de melhora! Amanhã meu atestado vence e terça feira tenho que viajar pro Rio, o que não dá mais pra adiar, já que vou pro show do Chico Buarque! :')
Segunda volto ao médico e espero que esteja melhor. Chi sà já posso até tirar o gesso e andar só de muleta!
Já estou na fase de começar a me preocupar com acessibilidade. Escadas e rampas são verdadeira tortura! Ônibus de jeito nenhum. E não quero nem pensar no aperto entre as poltronas do avião. Pensar em turbulência, então, me dá até vertigem. Ainda bem que é temporário...
Jesus, Buda, Zeus! Que os deuses me ajudem!

Uma semana depois - 15/12/11

     Volto ao hospital para colocar o gesso. Tudo dentro do esperado. Gesso sem salto, não posso mesmo pisar no chão. Depois disso, deveria voltar em 15 dias.
     Eu sei que cada caso é um caso e o médico não pode saber exatamente quando você ficará curado, e foi com muito custo que consegui uma estimativa de tempo de recuperação. Precisava remarcar a viagem! Como o médico me deu um atestado de 30 dias, marquei pra 3 dias depois de 30 dias, achando que, com certeza, até lá estaria bem.
    No primeiro dia com gesso senti muito pelo seu peso. Não dava mais pra ficar "em pé", isto é, com a parte direita do corpo apoiada na muleta, porque o peso fazia o joelho doer.
    O jeito era ficar bem quietinha mesmo. E assim o fiz. A cada dia o pé doendo menos, tinha esperança de que logo logo estaria bem.