quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Rio de Janeiro continua lindo... E eu continuo de gesso.

Um pouco mais de uma semana no Rio. Desde então, aqui, se muito, chove só à noite. Já vim pra cá muitas vezes, mas essa é primeira vez que venho e, por uma semana consecutiva, não tem nenhuma chuva pela manhã, ou pela tarde. Todos os cariocas e os turistas daqui estão me mandando diversos e-mails de agradecimento, por eu ter quebrado o meu pé, deixando o clima, assim, sem ter que conspirar contra mim. De nada, pessoal, de nada.

Bom, a vinda de Brasília pra cá foi tranquila. Com alguns contratempos... Solicitei uma cadeira de rodas pela TAM, o que dá para fazer pela internet. Mas não tinha conseguido marcar uma poltrona no avião, e o inteligentíssimo funcionário que fez o meu check-in me colocou na fileira 23 e despachou minhas muletas. Por mim tudo bem, estava de cadeira de rodas mesmo. Mas não dava pra passar de cadeira de rodas pela finura do corredor do avião.... Antes que eu visse isso e fosse pulando de saci pererê pacientemente até a fileira 23, as aeromoças me disseram pra sentar em uma cadeira preferencial, bem na frente. Ufa! 

Ah... e também fui temporariamente abandonada... Viajei sozinha. Ia embarcar no portão 11, pra onde outro funcionário da TAM me levou e disse para eu esperar que, assim que a entrada para o avião fosse liberada, ele voltaria. Umhum. Ouvi aquela voz que vem de cima dizendo que o portão para embarque tinha mudado para o 8 (do outro lado do aeroporto) e pensei: 'tudo bem, alguém vem me pegar'... Todo mundo levantou e foi pro portão 8 e fiquei praticamente só, já que não havia outros embarques por ali. Aproveitei para tentar algumas manobras com a cadeira de rodas, mas parei assim que quase derrubei uma lixeirinha com meu gesso. O voo estava marcado para 13:18, olhei no relógio e já eram 13:08, pensei: 'tudo bem, o voo está atrasado, alguém vem me pegar'. Nenhum funcionário da TAM à vista. As poucas pessoas que passavam, se olhavam pra mim, e eu olhava para elas para pedir ajuda, achavam que eu olhava de volta para perguntar porque que estavam olhando. Mas aí, eu pensei: 'tudo bem, alguém vem me pegar'. Já estava pensando no lado positivo da possibilidade de ser abandonada, poderia ganhar uma indenização! $$$ Mas só porque já estava ficando feliz, chega outro funcionário da TAM e me pergunta: 'É vc que está de cadeira de rodas e vai pro Rio de Janeiro?'. Olhei em volta pra ver se havia mais alguém de cadeira de rodas por ali (vai que tinha outro abandonado) e, vendo que não, respondi que sim. Felizmente, o voo realmente estava atrasado e, apesar do abandono, eles não tinham esquecido de mim.

Chegando no Rio, tudo certinho, levaram a mim e a minha bagagem até o táxi. Minha irmã, que é uma fofa, me instalou direitinho e com conforto. 

Na quarta eu já podia pisar com o gesso, mas foi uma dificuldade. Não porque doesse, mas que eu tinha medo de que fosse doer e, principalmente, porque estava desacostumada a andar. No início fui com o auxílio das muletas. Até porque não estava querendo arriscar cair e me machucar mais. Foi uma coisa estranha. Não eram passos, mas pulos. Lamentei por não estar em casa pra ver meu gatos se assustarem com a cena.   Estava precisando andar com os braços pra frente, que nem zumbi, pra me equilibrar.

Na quarta, dia 11, fui para o show da Thaís Gulin, na loja Farm, em Ipanema. Como era em uma loja, todos ficavam em pé. A não ser quem sentasse na escada. E que escada... Ainda bem que eu não queria comprar nada e dava pra assistir o show lá de cima e, também, uma moça me ofereceu uma cadeira em que ela estava sentada (ô glória!). O show foi de graça, tinha cerveja de graça, água de graça, um negócio de comer que não vi o que era de graça, picolé de graça... Só não tinha elevador. Aliás, tinha, mas sem funcionar (pode?). Nem pude descer e pegar meu autógrafo no gesso... No mais, o show foi uma gracinha. Aliás, ela, a Gulinha, é uma gracinha. Mais magrinha do que parece nos vídeos, mas linda. E o mais importante, tem uma voz surpreendentemente bela e só canta boas músicas. Ouve essa: http://www.youtube.com/watch?v=geXzqxPdCcg&feature=related

No sábado fui até pra praia! Pra praia não exatamente (não fosse a areia!), mas pra orla, pra uma roda de samba no quiosque do CCBB em Copacabana. Pra ver como eu já estou bem, até sambei, de gesso e tudo!

No domingo, o dia tão esperado, Chico Buarque! Com muitos brilhos me vesti, me pintei, cantei, chorei, até ficar com dó de mim...



Ahhhhh! Ele existe mesmo! E é lindo!!!!!!!!!!!!!!!! O show foi emocionante! E o Chico tá soltinho soltinho. Foi no Vivo Rio, acessibilidade ok. Não consegui meu autógrafo no gesso, de novo, mas valeu muito. Estonteante! Olha só:


Ai... dói só de lembrar do show.

Enfim, voltando ao meu pé, está mesmo melhor. Ontem consegui até andar da Rua Voluntários da Pátria até a Rua São Clemente e vice-versa, usando as muletas só para subir meio-fio. É um trajeto aparentemente pequeno, mas suei e muito. Ainda sinto um incômodo, mais em relação ao gesso do que ao pé. Na quarta devo estar livre desse peso, mas, pelo que li por aí, é normal ainda sentir dores e inchaços por um tempo e, também, devo fazer algum tratamento de fisioterapia.

Torçam por mim!


5 comentários:

  1. Sua resposta no mMedicina viva. Ser puder cite meu BLOG. OBG

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  2. Esse eu eu não tinha lido!!! Esqueceu de dizer que ganhou um "aquele abraço" dos músicos na roda de samba!!! "Alô menina do pé quebrado, Aquele abraço"!!! :)

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  3. Oi querida eu tambem estou passando por esse problema,rsrsrs estou com 1 mes de pé engessado,ta sendo muito util ler sua tragetoria!

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  4. haha Gente, vc é muito engraçada !!!! escreva sempre, que talento ! !!

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  5. Oi Suzane,

    Encontrei seu blog quando, num domingo presa em minha cama, procurava no dr. google fraturas dos metartarsos.
    Enfim, fraturei o 2º, 3º e 4º, com torção de tornozelo e quase ruptura de ligamento. Estou em repouso desde o acidente, tela gessada no mesmo dia, e tres dias depois bota de gesso até o joelho.
    minhas fraturas tb estão alinhadas, a cirurgia tb foi descartada;
    só que estou com viagem marcada para Paris, em 15/05/14. Exatamente dois meses após a fratura. Meu médico me garantiu que vou conseguir viajar com a robofoot sem problemas. Queria saber o que vc acha.
    luciana

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